Músicas inspiradas na Serra do Espinhaço e em Outras Naturezas

Retratar as paisagens, a cultura e as histórias de um lugar.  Assim surgiu em 2003, centenas de caminhadas depois, o projeto Músicas do Espinhaço e de Outras Naturezas. Naquele momento, de maneira despretensiosa, o compositor Bernardo Puhler reuniu em um estudo experimental algumas canções que haviam sido criadas meses antes. O projeto recebeu o nome de “Um Disco Para a Serra do Espinhaço” depois que se observou a similaridade entre os locais que haviam inspirado as canções, quase todos pertencentes a uma mesma formação geológica: a Serra do Espinhaço.

 

Ainda que de maneira tímida as canções do Espinhaço voltaram a se manifestar em 2007, pela ocasião da gravação de músicas para um CD-room, com o lançamento de seu primeiro website e novamente em 2009 com a realização de uma apresentação na Praça da Liberdade. 

 

O ano de 2010, no entanto pode ser compreendido como o de nascimento real e vigoroso do projeto. A gravação, publicação e lançamento do livroCD “O Encontro das Cordilheiras” levou o Músicas do Espinhaço pela primeira vez ao encontro do público e o público respondeu positivamente lotando a primeira apresentação do grupo. Também neste ano o Músicas do Espinhaço realizou um antigo desejo: apresentações na própria Serra do Espinhaço. O show aconteceu no Morro Redondo, um mirante natural de Ipoema de onde é possível avistar algumas das mais importantes montanhas do Espinhaço Sul.

 

Em 2011 e 2012 o grupo excursionou por Minas Gerais realizando 11 apresentações para o lançamento do CD Jardim do Mundo. O disco foi lançado com o videoclipe da canção "Perereca-de-pijama", um tema infantil de conscientização ambiental que esteve entre os vídeos mais vistos e curtidos do youtube por dois dias no Brasil. Ainda em 2012 a banda lançou e foi bem sucedida num projeto de patrocínio coletivo através do site catarse. Cerca de 300 pessoas doaram recursos para gravação do próximo CD transformando o projeto "Músicas do Espinhaço - CD Janelas" naquele na categoria música com o maior número de apoiadores da história do crowdfounding em Minas Gerais.

 

Depois de vídeos, apresentações com slides sobre o palco, CD Rooms e LivroCDs, a concepção “imagem e som” não se perdeu e prevalece na obra e no conjunto integralmente autoral do Músicas do Espinhaço.  A formação tem músicos de diferentes influências que contribuem na coloração e textura singular das canções.

 

A forte conotação ambiental da banda, que estimulou a criação de ações para a preservação das montanhas do Brasil, resultou também no Portal Serra do Espinhaço (www.serradoespinhaco.com.br), projeto que reúne mais de 300 voluntários, e comercializa produtos ecológicos. Além disso, parte do lucro obtido na venda de seus CDs é investido em ações sustentáveis. Em 2011 ajudaram a construir uma casa no Morro Redondo (Ipoema), espaço que é utilizado pela comunidade local para venda de artesanato e produtos típicos. Nos últimos três anos mais de 600 discos foram doados para a geração de recursos em outros projetos de preservação ao longo das localidades da cordilheira. O grupo realiza também apresentações voluntárias para causas ambientais como três shows pela criação do Parque Nacional do Gandarela, área próxima a Belo Horizonte que vive grande conflito de interesse entre ambientalistas e mineradoras. 

 

 

 

As Outras Naturezas

* texto de Bernardo Puhler extraído do livroCD O Encontro das Cordilheiras

 

Interpretamos as paisagens, o ambiente e a vida com a tonalidade que nos fundamenta a alma. É exótico perceber em mundos tão distantes uma mesma atmosfera, a mesma sensação. Mas é o encontro destes valores, que justos, conferem sentido a este disco. O montanhês. Que pode evidentemente ver sua montanha a bordo de uma pequena baterinha, jangada, no meio do mar. Ainda que ela não esteja ali, a montanha.
 
Os contextos diversos dos lugares “não-espinhaço” jamais se perderão diante das semelhanças. Lhamas e samambaias gigantes colorem os campos rupestres dos sertões do Brasil. É o encontro do sentido nas suas mais variadas formas de expressão. Hoje também nos expressamos através da jovem e misteriosa Cordilheira dos Andes, da plástica e abrupta Southern Alps na Nova Zelândia, da úmida e plural Serra da Mantiqueira. Para todas elas é a mesma voz, em igual intensidade que lança ao interlocutor a soberba da paz e do respeito com o ambiente e com os homens que nele estão. O respeito é nossa crença na possibilidade. Não acreditamos num mundo sem respeito. A montanha é o respeito, não o medo.
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